Em grandes cidades brasileiras, como no
mundo todo, câmeras de segurança foram instaladas nas ruas. O objetivo é
detectar a ação de vândalos e criminosos, assegurando certa tranquilidade aos
cidadãos.
Se a ação deu certo, ao menos em parte, o
que ninguém esperava é o que as mais de quinhentas câmeras de segurança
gravaram, na capital pernambucana.
Em dois meses, nada menos de seiscentos
flagrantes de imagens inesperadas. Imagens que revelam gentileza, solidariedade
e honestidade.
São casos de pedestres que ajudam um homem
atropelado, que conduzem cegos para atravessar a rua, que ajudam um cadeirante
a subir na calçada sem rampa, que empurram o carro de um desconhecido que
quebrou, bem no meio da avenida.
Alguém que corre atrás de outra pessoa, para
lhe devolver a carteira com dinheiro e documentos, que recolhe os pacotes de
quem os deixou cair, que abre e segura a porta, com gentileza, para que o outro
adentre.
Quando se fala de tantas agressões entre
torcidas organizadas, as câmeras registraram um torcedor ajudando um ciclista
que caiu na rua e estava usando a camisa do time rival.
Uma mulher, saindo da igreja, encontra um
homem embriagado, caído na escadaria. Ela tenta despertá-lo, sem sucesso.
Então,
preocupada, esconde a carteira embaixo do corpo dele, para que não fique à
mostra de possíveis ladrões.
Cada qual realizou uma boa ação, auxiliou a
outrem, sem saber seu nome, sem sequer atentar para questão de raça, de cor da
pele.
Simplesmente viu alguém em dificuldade e
ajudou como pode, da melhor forma possível.
E o pagamento de cada um foi a retribuição
de um sorriso, de um aceno.
O vídeo, que foi exibido em emissora de TV
em Recife, encanta pela boa índole das pessoas, que fizeram o bem sem pensar em
receber algo em troca, e sem saberem que estavam sendo gravadas.
Isso nos diz que a grande maioria das
pessoas é do bem, pensa no bem e age no bem, ao contrário do que alardeiam
muitos de que o mundo está cada vez pior.
Toda criatura traz, em si, as sementes do
bem. Isso porque todos fomos criados por um Pai pleno de amor que nos concebeu
à sua imagem e semelhança.
Dessa forma, temos a finalidade do bem em
nossa intimidade. Se, por vezes, alguns de nós nos perdemos pelas vielas
escuras da maldade ou da indiferença, é sempre por um tempo restrito.
Um tempo que pode ser de alguns anos, de uma
vida, mas findável porque a nossa finalidade é o amor, pois que fomos gerados
pelo amor inexcedível de Deus.
E o bem é de tal forma contagiante que basta
alguém se dispor a uma boa ação para que encontre, no simples gesto, muitos que
se lhe associem.
Dizem isso as tantas campanhas criadas em
favor de doentes, pelos sofredores, pelos desabrigados em grandes cataclismas,
que encontram ressonância nos corações das gentes.
Uns doam do que possuem, outros doam a si
mesmos, em intensas horas de trabalho, esquecidos do próprio cansaço, da fome e
do desconforto.
O homem é do bem. O mundo está melhor.
Acreditemos nisso. Invistamos nisso, engrossando as fileiras dos que atuam no
bem.
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